ABC de Braga é a segunda equipa portuguesa a vencer na Europa
Depois de ter vencido, em Lisboa, por
22-28, o ABC de Braga entrou muito mais relaxado no encontro desta tarde
e, nos momentos finais, o Benfica conseguiu descolar no marcador,
vencendo por 25-29, após um encontro muito equilibrado, em que o ABC
conseguiu fazer alguma gestão de esforço, talvez a pensar já no jogo do
campeonato, na próxima quarta-feira.
Sem contar com os lesionados Ricardo
Pesqueira e Tomás Albuquerque, o ABC já teve no banco Nuno Grilo e
Carlos Martins, mas não entraram, eles que, tal como no último sábado,
desfalcaram a equipa do ABC, por mazelas físicas.
Na finalíssima, Braga voltou a
mobilizar-se pela sua equipa. O mítico pavilhão Flávio Sá Leite esteve
ao rubro para empurrar a equipa para a conquista da Taça. Apesar do
ambiente infernal, entrou muito bem em jogo o Benfica. Belone Moreira
fez o 1-0 para os encarnados, nus cinco minutos iniciais equilibrados
(2-2). Depois, começou a fugir o Benfica e Cavalcanti fez o 2-6, momento
em que Carlos Resende pediu o primeiro ‘time-out’, a sentir-se ameaçado
pelo adversário.
Fez bem a pausa ao ABC e pouco depois,
em contra-ataque, Miguel Sarmento reduziu para dois golos a diferença
(4-6). O Benfica continuou sempre na frente, com uma vantagem entre os
dois três golos, aproveitando a boa exibição do guarda-redes Nikola
Mitrevski e algumas falhas do ABC no ataque. Foi já aos 24 minutos que
Hugo Rocha empatou para o ABC. Após uma finta de corpo, conclusão em
chapéu, num excelente golo do pivô academista. Até ao final do primeiro
tempo, o ABC não passou para a frente, mas não deixou o Benfica voltar a
fugir, recolhendo aos balneários com empate a onze no marcador.
No segundo tempo, reinício bem diferente
com o ABC a chegar cedo à vantagem. André Gomes fez o 14-13 e Miguel
Sarmento aumentou a vantagem para 15-13. Tudo parecia cada vez mais
difícil para o Benfica, que continuava a esbarrar em mais uma enorme
exibição de Humberto Gomes. E tudo parecia piorar quando Ales Silva foi
excluído, aos sete minutos do segundo tempo, por alegada cotovelada no
jovem André Gomes. Faltavam pouco mais de quinze minutos para o final do
encontro e o ABC mantinha a vantagem de dois golos (19-17), mas sofreu
um parcial de 3-0 e viu o Benfica, por Elledy Semedo, a passar novamente
para a frente (19-20).
Já nos cinco minutos finais, Diogo
Branquinho fez o 24-23 para o ABC, mas os minutos finais pareciam já de
celebração. Resende ainda fez entrar os dois jovens guarda-redes Emanuel
Ribeiro e Cláudio Silva, e também o lateral Oleksandr, para que todos
os indisponíveis pudessem jogar neste encontro. Deu para tudo, até para o
guarda-redes Mitrevski marcar de baliza a baliza.
No final, independentemente da
derrota no encontro, a festa foi do ABC. E que festa. Pavilhão ao rubro e
sem ninguém arredar pé. Humberto Gomes levantou a Taça, com uma
camisola a agradecer a Alexander Donner, o mítico treinador,
recentemente falecido, a quem Humberto sempre se mostrou muito
agradecido, pela sua carreira. “Obrigado” dizia a camisola, com uma
imagem do treinador. O capitão do ABC levantou a Taça e depois percorreu
todo o pavilhão, para que todos os adeptos pudessem ver a Taça
Challenge de bem perto.
Postura impecável também do Benfica, com
os jogadores a ficarem no campo, perante a festa do adversário,
agradecendo depois o apoio dos adeptos. Momento muito bonito, numa final
europeia, que foi, toda ela, um elogio ao desporto português.
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